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 COORDENADOR PEDAGÓGICO


   O coordenador pedagógico, em instituições de ensino, recebe variadas nomeações. Porque não conseguiu focar sua função, ele é visto como orientador e supervisor educacional, pedagogo, psicólogo da educação e até coordenador. O coordenador pedagógico é o profissional responsável pela formação continuada da equipe docente  da escola e, por assim ser, compõe o grupo gestor da instituição escolar.

  Essa ocupação ganhou importância quando a Secretaria de Educação percebeu que a atuação do coordenador pedagógico, frente a formação didática dos professores, é peça chave na aprendizagem dos alunos.

  A FCC (Fundação Carlos Chagas), sobe a supervisão de Claudia Davis e coordenação de Vera Maria Negro de Souza Placco e Laurinda Ramalho de Almeida, publicou os resultados da pesquisa “O coordenador pedagógico  e a formação continuada dos professores: intenções, tensões e contradições”. Essa pesquisa reforça o argumento apresentado na introdução desse texto, os números que são apresentados mostram o “desfoco” dos atributos da profissão.

72% acompanham a entrada e a saída dos alunos;

55% verificam a organização e a limpeza das classes;

50% atendem ao telefone de pais e outras pessoas que querem conhecer a escola. Destes 70% acreditam que isso é adequado para a função;

19% assumem, ao menos uma vez na semana, classe na ausência de professores; 

26% não revisam e não elaboram planos oriundos do Projeto Político Pedagógico;

9% não desempenham nenhuma atividade regular de formação dos professores;

  As porcentagens mostram a postura equivocada que o próprio coordenador pedagógico tem da sua função. Certamente esse fato explica a variedade de formas que a equipe escolar o vê: o diretor quer que ele cumpra as determinações da Secretaria de Educação; os pais esperam bom atendimento; os professores querem apoio, do pedagogo, nas dificuldades com os alunos.

   A partir disso, a pesquisa concluiu que a falta de identidade profissional e o fato de ser tão solicitado, por todos, para fazer tudo na escola o levam a sentirem-se importantes, mas sem perceber o quanto isso afeta na função e formação contínua dos professores


Popularização das TIC’s é assunto sério!

  • Você já ouviu falar de Proinfo?


Já parou para refletir sobre cultura digital?

 

Será que todos estão incluídos nesse mundo “internetelizado"?

Ou, será que é preciso uma inclusão digital?


Não deveria ter em pauta, nos cenários políticos, a universalização dos TIC’s e a alfabetização digital?


Será que a escola, instituição de ensino e aprendizagem, mas também instituição de socialização e de igualdade social está comprometida com a igualdade da web 2.0?


Quais projetos, nesse campo, estão em plenária ou quais estão em prática?


Essas questões são discutidas no texto de Maria Helena Silveira Bonilla, onde seu título já é muito instigante e inovador: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INCLUSÃO DIGITAL NAS ESCOLAS.

 

Eis o link dessa inquietante discussão.

http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/17135/15840

 

Boa reflexão!


Grande decepção!

   Fui a campo pesquisar o Conselho tutelar, tínha como ponto de partida atentar para grande relevância que esse tem em ambientes escolares. Os entrevistados somaram dez professores atuantes em sala de aula. Atuantes, mas, infelizmente, como mostrará a anáselise, pouco qualificados.

   Comecei meu trabalho de campo com a seguinte indagação: Você sabe quais são as funções do Conselho tutelar? Cite-as. Acreditava que a resposta não poderia ser outra se não 100% positiva. Para minha surpresa 40% dos profissionais, atuantes em sala de aula, responderam não. Para agravar, os 60% restantes, não conhecem tanto quando deveriam as funções. Isso se comprova pela resposta simplista: “Cuidar dos direitos das crianças, para que nenhum seja violado”, ou “Fazer cumprir a ECA”. Eu, estudante de pedagogia , esperava dos profissionais já “qualificados” respostas que envolvessem: comunicação de casos de suspeitas de maus tratos, fiscalização das freqüências escolares, requisitar certidões de nascimento e óbito de crianças ou adolescentes, requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social. Ou seja, me deparai com um grave problema, grande parte dos professores não conhecem as funções do conselho tutelar.

   Foi grande a tristeza que o resultado da questão segunda me proporcionou. Essa diz que metade dos professores, ou seja, 50% acreditam não ser importante discutir o tema com seus alunos. Alguns apoiados no argumento que seus alunos são de pouca idade e não entenderão o assunto, outros no discurso que não há eficiência por parte dos conselheiros tutelares, então, como disse um dos entrevistados: “Não é importante não. É melhor ficar no escondido”. O que me deixou impressionado foi à resposta dada por um educador. Esse respondeu a indagação da seguinte forma: “Sim, porque eles ficarão com medo e pensa antes de fazer bagunça”.

   Alguns professores se mostraram muito contraditórios. Pois, como analisado nos dois parágrafos anteriores, há uma demência em alguns profissionais na área educacional, porque, não conhecem as funções do conselho e boa parte não discutem o tema em ambiente de ensino, mas, os mesmos defendem a existência de um Conselho que visa proteger o direito das crianças e adolescente. Ora se o “protegido” não precisa saber dessa existência, porque, é importante ter esse Conselho? O quadro se agrava quando 20% pensam não ter importância o conselho tutelar. Foi quando me deparei com a seguinte resposta: o Conselho tutelar “tira a autoridade dos pais” . Logo, pensei: Grave, não?

   O índice de contradição aumenta no questionamento proporcionado pela quarta pergunta. Você conhece algum caso de denúncia ao Conselho Tutelar? Descreva-o. Seis em cada 10 entrevistados conhecem casos de denúncia. Talvez seja essa uma prova do quanto é importante o tema ser discutido em sala de aula, o quanto é importante os professores conhecerem as funções e ainda o quanto é importante à existência desse órgão que visa proteger o direito das Crianças e adolescentes.

   Ao final da pesquisa, observando as respostas, analisando o pouco conhecimento que os professores tem acerca do conselho e o grande número de contradições, não foi impactante saber que oito a cada dez escolas não promoveram atividades extra classe alguma para dar conhecimento aos alunos da existência do Conselho Tutelar

 

 

Família, violência e comportamento social.

No refúgio que envolve as relações entre adultos, jovens e crianças, é que a violência familiar ocorre, ganhando tal fenômeno, relevância.

   Para a introdução desse artigo é necessário apresentar as várias definições de violência. Mas, para todos os efeitos guerra, fome, tortura, assassinato, preconceito, são práticas coercitivas. Do ponto vista do direito humano, a vida, a propriedade, e a liberdade de ir e vir quando negados a algum cidadão é entendida como uma forma de constrangimento dos mesmos. Falta de educação, de saúde, de segurança e de habitação são exemplos de opressão na visão social. Há, também, o argumento econômico para expor formas de abuso de força, esta está baseada no pouco salário e falta de emprego. É percebida a variedade de formas de se observar à violência. Anthony Asblaster a esse respeito diz:
“Não existe uma definição consensual ou  incontroversa de violência.  O termo é potente demais para que isso seja possível”  (livro Dicionário do Pensamento Social do Século XX.).
    Devido essa variedade de pontos de vista, esse texto se limitará às violências ocorridas dentro de casa, ou seja, a violência doméstica, talvez, as várias outras tenham ponto de partida dessa. Mesmo reduzindo a essa prática de constrangimento, ainda sim, fica amplo o assunto, com várias possibilidades de analises, pois, pode ser estudado partindo da agressão do pai para com a mãe, ou vice e versa, ou ainda filhos que subjugam os pais, além de pai, mãe e filhos que maltratam avós. A violência que acontece dentro de casa pode alcançar situações diversas tais como abuso sexual contra as crianças, prisões dentro do próprio lar do agredido e/ou negação dos direitos básicos aos senhores de idade avançada. Então, Para limitar ainda mais e explicitar, precisamente, o assunto do presente trabalho, o artigo girará em torno das ocorridas entre pais e filhos e o que essa relação de submissão tem haver com os fenômenos sociais. A professora Dra. Maria Amélia Azevedo e Viviane Guerra (USP/SP - 1989) através de estudos e pesquisas, foram as que melhor conceituaram o fenômeno da violência doméstica contra crianças e adolescente, quando definem a mesma como sendo:
"Todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou adolescentes que - sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico a vítima - implica de um lado, numa transgressão do direito que crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento".(pesquisa da professora. Dra. Maria Amélia Azevedo e Viviane Guerra (USP/SP - 1989)).
    Não dá para dar início ao estudo sem antes apresentar a mudança na estrutura familiar, até porque está relacionada diretamente com o tema proposto. É papel daquela passar para os filhos valores sociais, cultura, leis que regem a sociedade, maneiras de se comportar, enfim, ela é responsável pela transmissão de hábitos para uma boa aceitação na relação entre os indivíduos. O problema é que o tempo em que o modelo mais freqüente era pai, mãe e filhos, pai que trabalhava para prover a família, mãe que cuidava do marido, da casa, e da educação das crianças, e filhos obedientes acabou. É notável que a estrutura familiar, Pós-revolução industrial, se modificou, pais pouco participam da educação de seus filhos, devido o sistema predominante na sociedade atual. Crianças e adolescentes já não possuem limite dentro de seus lares, talvez por serem criados distante da participação familiar e, a autoridade fora distribuída de forma desigual o que ocasionou a uma perda no diálogo intra-familiar.
“No contexto familiar, a mutação de papéis sociais iniciadas no século XX levou à perda gradual da autoridade paterna e ao distanciamento da figura materna do núcleo familiar. Em conseqüência disso, houve uma ruptura do equilíbrio entre autoridade e afeto em relação aos filhos, acontecida antes mesmo da satisfação plena de suas necessidades básicas de afeto e disciplina interna, consideradas fundamentais para a autodeterminação futura. Essa ruptura precoce pode criar carências que dificilmente serão compensadas na vida” (GRÜNSPUN, 1982).
    Em espaços extrafamiliar, os comportamentos aprendidos, dentro do ambiente familiar, são freqüentemente reproduzidos pelas crianças e adolescentes. Ao passo que se na família eles presenciem abuso de poder, sofrerem coerção dos pais e responsáveis, negação de valores humanos, violação dos direitos essenciais, se são vítimas a condições de maus tratos e se forem tratados como objetos, conseqüentemente esses terão problemas psicológicos - raiva, medo, ansiedade e revolta frente ao agressor, resultando em desconfiança, diminuição do aprendizado, sentimentos de exclusão e receio nos relacionamentos inter-pessoais - comportamentais - o autoritarismo, por exemplo, revela uma pessoa que perpassou por momentos de sofrimento, levando a mesma às atitudes de imposição, negação e não aceitação de idéias contrárias; a delinqüência faz o indivíduo praticar delitos e crimes, levando a punições severas pelos atos executados - e até orgânicas - seqüelas a nível corporal como lesões abdominais, oculares, fraturas, queimaduras e lesões permanentes ou temporárias, podendo levar à morte.
  A sacralidade da instituição família e a autoridade que os pais exercem sobre seus filhos são fatores que dificultam a observação dos sintomas da coerção doméstica, por tanto essa pode ter duração indefinida, até mesmo pelo pacto de silêncio imposto pelas autoridades familiares. Mas, como dito no parágrafo anterior, a relação de violência na infância produz problemas que certamente se manifestarão frente a outras pessoas. Jovens que sofreram maus tratos, comparados com os que não sofreram, apresentam um número alto de vínculos inseguros e têm mais condutas de esquiva diante de adultos não familiares. Crianças maltratadas tendem a exibir maior agressividade e menor tolerância à frustração, o que sugere terem elas dificuldades em assumir as perspectivas do outro e em discriminar suas emoções para poder desenvolver um modelo de relação simétrico, baseado no sentimento de igualdade e de confiança, visto que suas experiências são caracterizadas pela exploração, submissão e violação. No que diz respeito ao desenvolvimento moral, as crianças e adolescentes maltratados manifestam uma compreensão deficiente de regras sociais, ao passo que seus juízos morais e sociais são construídos a partir de suas experiências e, portanto, podem internalizar padrões de conduta que refletem as normas/valores subjacentes à vivência de abuso/negligência.
“A violência familiar pode trazer comprometimentos a crianças e a adolescentes que se diferenciam dos maus-tratos ocorridos fora da família. Em todas as formas de violência familiar, os maus-tratos ocorrem num contexto de violência psicológica e exploração, “lavagem cerebral “. As vítimas não são apenas exploradas ou maltratadas psicologicamente. Seus agressores, mediante seu poder e a conexão familiar, controlam e manipulam a percepção da realidade de suas vítimas. Assim, crianças abusadas são referidas, por seus agressores, como ruins e incontroladas” (Trecho do livro “Família: parceiras ou usuárias eventuais?”, página 24, realização UNICEF).
    Aos que pensam que as agressões que acontecem nos lares é de ocorrência predominante nas casas de cidadãos de baixa renda estão enganados. As práticas coercitivas fazem parte de milhares de crianças, sejam elas de classe alta, média ou baixa. A vergonha e o medo, tanto das crianças como de seus pais, são fatores que ajudam a camuflar o problema. A esse respeito a pesquisadora Zélia Maria Mendes Biasoli Alves, do Departamento de Psicologia e Educação da USP de Ribeirão Preto, comenta:
"O que se verifica é que, freqüentemente, se associa pobreza e maus tratos, atribuindo à condição de baixa renda ações de negligência e violência. Na realidade, famílias pobres encontram-se mais vulneráveis a serem denunciado, o que não significa que casos de maus-tratos sejam exclusivos dessa faixa social; a questão é que, em famílias de classe média e alta poder aquisitivo, tudo é ocultado".
( Zélia Maria Mendes Biasoli Alves, do Departamento de Psicologia e Educação da USP de Ribeirão Preto)
    Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) marca uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública. Este ano o Pronasci vai contar com a efetivação do projeto “Prevenção da Violência Entre Adolescentes e Jovens no Brasil: Estratégias de Atuação”. Esse projeto vai identificar os fatores que levam essa parcela da população à violência letal – seja como vítima ou como agressora – e propor medidas de prevenção. No contexto atual, em que há escassez de pesquisas nesta área, o projeto vai mostrar onde estão as falhas e apontar soluções. Provavelmente perceberão que uma das causas de vandalismo são as situações que crianças e adolescentes vivenciam dentro de seus lares.
   A violência doméstica é um fenômeno complexo, suas causas são variadas e de difícil definição. Suas conseqüências são devastadoras para as crianças e adolescentes, vítimas diretas de seus agressores. Ao contrário do que se pensa, as desigualdades sociais não são fatores determinantes da coerção doméstica, pois essa se encontra dividida em todas as classes.