Trabalhos

PROJETO WEB BLOGS
Introdução

   A palavra educar vem do Latim, “educare”, que significa conduzir para fora, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. Este ato ou efeito de levar para fora de si precisa preocupar-se com o desenvolvimento global do educando, isto é, ajudar a aumentar a faculdade física, moral e intelectual, deixando-o livre para construir suas ideologias, reflexões e conclusões


   Em pleno século XXI, não existe a possibilidade de separar a escola, o aluno e o professor dos recursos computacionais. O mundo virtual é o ambiente repleto de informações, formações, conteúdos. Na Cibercultura, com um “clik”, pode-se falar com pessoas de diferentes nacionalidades, culturas, hábitos, ideias; com o balançar do mouse, há a possibilidade de fazer transação bancárias, entrar em espaços culturais localizados em outros países, aprender línguas fazendo um intercâmbio virtual. As instituições de ensino precisam capacitar os professores para dominarem as ferramentas digitais. Os educadores, por sua vez, tendo em vista que as informações digitais dominam todos os setores da sociedade, precisam estar abertos à realidade tecnológica. É na realidade tecnológica que o professor consegue trazer para fora do aluno suas potencialidades de tal forma a permitir-lhe produzir seus próprios textos, reflexões e críticas e colocá-los à disposição para outros terem acesso. Com isso, o significado etimológico da educação é colocado em prática.

   Os livros, cadernos e canetas são fundamentais para a aprendizagem. Disso não há dúvidas, pois, se não tiverem acesso aos livros de Lispector, como tomar gosto pela literatura de Clarice? A magia da Poesia de Manoel Barros envolve tanto os leitores, quanto os críticos literários mais sofisticados, que o definem como “o grande poeta das pequenas coisas”, não é válido dar possibilidades de os estudantes se encontrarem com os livros-poemas de Manoel Barros? Nós gostamos das crônicas recheadas de humor de Luiz Fernando Veríssimo porque tivemos acesso aos escritos do mesmo; aplaudimos o livro Senhora, escrito por José de Alencar, pois tivemos conhecimento da existência; temos sentimentos de angústia e tristeza ao ler Negrinha, conto de Machado de Assis, pois nos foi dado acesso a ele. Enfim, admiramos as poesias de Carlos Drummond de Andrade porque sua obra, de grande qualidade literária, passou pelas nossas mãos!

  Entretanto, atualmente é necessário conjugá-los com teclado, mouse e internet. Ler Clarisse, Machado, Drummond, José de Alencar, Manoel Barros é importante para ter o “reconhecimento de si nas obras literárias” (LIBÂNIO,2001). A partir disso, escreve-se a opinião sobre o clássico, a resenha do livro, as informações do escritor para serem publicadas e um número superior aos alunos do colégio ter acesso ao modo de pensar, escrever, criticar, resumir, etc do aluno. Trata-se de uma nova relação entre tecnologias, ensino e aprendizagem configurando a cultura contemporânea.

   Os Questionários cederam lugar para webquest- de base teórica construtivista, são atividade didática que privilegia a busca de informações na rede do qual o principal objetivo é desenvolver a pesquisa em sites com critérios e perguntas específicas feitas pelos professores. Pelas WebQuest é proposta resolução de problemas visando à publicação dos resultados- ; o quadro negro já não é o local de exposição das ideias, mas correlaciona com  a tela do micro computador- ; textos escritos para o professor não são importantes, mas o  importante é escrevê-los e publicá-los na rede para muitos terem acesso a produção; vídeos produzidos por profissionais engrandecem a aula, entretanto vídeos produzidos pelos próprios alunos supervalorizam o diálogo de sala de aula. É compreensível que os educadores que são da geração “Baby Boomer”, geração x ou até Y estejam perdidos dentro dessa revolução tecnológica que começa na geração Z.

   É de responsabilidade da instituição atualizar seus profissionais, por isso a importância da formação continuada dos professores. Uma vez que o colégio oferece a capacitação e os meios necessários para os educadores, esse tem a obrigação de lançar-se ao mundo das possibilidades que facilitam a aprendizagem dos conteúdos pedidos. Também passa a ser papel do facilitador estimular o desenvolvimento prazeroso da assimilação dos conteúdos. Passa a ser papel do mediador construir o plano de ensino pautado, principalmente, no Projeto Político Pedagógico da escola e na capacitação que lhe foi dada.

   Como a tecnologia é a forma mais atualizada para a manutenção do bom relacionamento entre ensino e aprendizagem, este projeto objetiva, de maneira ampla, ajudar os profissionais da educação do Instituto Tenente Ferreira a arregaçar as mangas e mergulhar nos blogs, moodle, webquest, fóruns de debate, levar para a sala de aula o data show com animações feitas no Power Point, ou seja, esse projeto quer ajudar os educadores a aprender sobre as tecnologias de informação para ajudar a fazer nascer o gosto pelo conhecimento no aluno. Especificamente, o objetivo deste plano é construir, no colégio Instituto Tenente Ferreira, propostas atualizadas de aprendizagem, usando como principal ferramenta a construção de blogs. Como consequência, haverá, indubitavelmente, a fortificação dos quatro pilares indicados pela UNESCO para a educação do presente: aprender a aprender; aprender a fazer; aprender a conviver; aprender a ser.

   Com o projeto que segue, o Instituto Tenente Ferreira, estará sendo incluído no mundo tecnocrático; estará conduzindo a prática pedagógica para caminhos modernos e atualizados; estará ajudando- de maneira lúdica- o educando a construir suas reflexões, críticas e ideologias; estará tornando a aprendizagem prazerosa; estará construindo cidadãos críticos-reflexivos; estará formando interventores sociais; estará desenvolvendo as potencialidades inerentes de cada aluno e estará desenvolvendo, por fim, o gosto pela aprendizagem.
Verdadeiramente, o colégio que se recusa a inserir-se na realidade virtual-real-didática está desatualizado. É possível atingir os objetivos propostos neste plano, pois o professor estará capacitado para ajudar o aluno a colocar suas produções à disposição de outras pessoas, tornando alunos Salesianos pontes para outros jovens que não têm contato com a pedagogia Salesiana.

Plano de trabalho

I-Visão geral




   Todos reconhecem o desenvolvimento gradual da tecnologia. Por conseguinte e por ter como objetivo primeiro a formação de cidadãos modernos, o conjunto de normas pedagógicas não podem se isentar do uso do teclado. Em vista disso, é com as redes de relações virtuais que os educadores conquistarão a formação crítica-reflexiva dos alunos. Também, as redes virtuais tornam possível a intervenção na realidade contemporânea. Para isso, é fundamental a atualização dos profissionais da educação.

   Para começar a inserir as ferramentas virtuais na sala de aula, o meio simples, rápido e prático de começar é a criação de Blogs nas turmas da instituição.  Com esse diário virtual, alunos e professores:

1-    Publicarão textos, arquivos, vídeos, músicas para além do espaço físico do I.T.F e, consequentemente, abrem a possibilidade de se tornarem conhecidos por suas publicações;

2-    Farão uso de uma ferramenta louvável para trabalhos hipertextuais – pois, dentro do mesmo texto, há a possibilidade de colocar links que levarão ao contato com autores dentro do mesmo texto -, interdisciplinar e multidisciplinar;

3-    Abrirão outras formas de motivar a produção escrita, pois a finalidade do texto muda, não é mais para obter nota, mas sim para outras pessoas terem acesso à informação escrita;

4-    Conseguirão conhecer melhor seus alunos por via dos comentários feitos nas publicações, comentários críticos que são feitos de maneira autônoma, pois o espaço tem um campo aberto com essa finalidade, o que enriquece o processo de ensino-aprendizagem;

5-    Passarão o limite de 45/50 min de aula, porque, na ferramenta, o diálogo não possui tempo pré-determinado, mas enquanto houver argumento e dúvida, é mantido, o que diminui, consideravelmente, o problema do tempo para o assunto e aumenta o prazer pelos estudos extraclasses;

6-    Pesquisarão, com entusiasmo, em outros locais da rede – sites, arquivos de vídeo, outros blogs, revistas e livros digitalizados- informações pertinentes ao assunto em questão. Os resultados da pesquisa poderão ser partilhados entre a comunidade escolar através dos links. Essa atitude coloca o professor e o aluno em permanente formação e atualização;

7-    Poderão passar a publicar ou buscar, no blog exercícios, desafios, debates e gabaritos. Quando bem conduzido pelo professor, o blog apresenta como efeito direto o instigar no aluno procurar e publicar mais materiais sobre o conteúdo e, consequentemente, se coloca em situação de aprendizagem mais frequentemente;

8-    Divulgarão os trabalhos realizados e estarão próximos por meio dos argumentos e contra-argumentos; dúvidas e respostas postadas.





II-Qualificação do docente





   O raciocínio no item I, resumidamente, mostra a eficiência e eficácia do uso da tecnologia, especificamente dos diários eletrônicos – blogs- na educação. A direção do Instituto Tenente Ferreira, atenta ao caminho que a educação do século XIX vem tomando, quer aproximar seu corpo docente das TEI – Tecnologia Educacional Informatizada. Para tanto, segue um cronograma de ação para inserir o educador na proposta.

TABELA 1

Data
Tema
Objetivo

Tecnologia x Educação: importante?
ü  Conhecer novos conceitos educacionais
ü  Refletir sobre tecnologia na educação e a aprendizagem humana.
ü  Apresentar as tendências pedagógicas do século XXI.
ü  Relacionar a didática com avanço tecnológico.
ü  Aprender os meios tecnológicos de ensino;
ü  Identificar os recursos tecnológicos disponíveis para uso em sala de aula

Prática do aprendido
ü  Aprender a mexer na ferramenta virtual
ü  Apresentar blogs de turmas escolares já existentes
ü  Tirar possíveis dúvidas

Apresentação do projeto – Web blogs na aula- para os professores.
ü  Apresentar o projeto Web Blog I.T.F para os professores
ü  Ouvir a opinião dos professores
ü  Uniformizar o discurso acerca do acréscimo da ferramenta nas aulas.
























II- Gerência da atualização dos docentes




Como o público alvo, nesse primeiro momento são profissionais gabaritados da educação, é necessário, então, convidar um especialista em processos educacionais e as TICs. Por conseguinte, Mônica Machado Guimarães de Magalhães é a profissional que preenche as necessidades pretendidas com a formação. Pedagoga gabaritada e com várias publicações referentes ao tema em questão. Abaixo seguem as referências curriculares de Mônica Magalhães.

Possui Mestrado em Educação na linha de "Processos Educacionais e as TIC" concluído em 2005 na UNESA/RJ. É pós-graduada em "Mediação Pedagógica em EAD" (2010) e em "Currículo e Prática Educativa" (2007) pela PUC/Rio e em "Psicopedagogia" pelo Instituto Isabel (1999). Sua graduação é em Letras (2002) e em Pedagogia (1996) pela Universidade Santa Úrsula. Atualmente é professora do Curso de Pedagogia na Universidade Candido Mendes, conteudista e professora responsável por duas disciplinas no Curso de Pedagogia a Distância do AVM Faculdade Integrada, Mediadora Pedagógica da Pós-Graduação Tecnologias da Educação - PUC/RIO (CCEAD) e professora no Colégio Santo Inácio/Rio. Participa do Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura (GpDoc/UERJ) como pesquisadora voluntária, atuando principalmente nos seguintes temas: cibercultura, ensino-aprendizagem, prática de ensino, linguagem, tecnologias, didática.



III- Criação dos Blogs

   Seis são as turmas que estudarão em 2012 no Instituto Tenente Ferreira.  Cada turma deverá possuir o web blog. Esses estarão ligados diretamente com o blog I.T.F INFORMA, já existente no colégio. Dessa forma, o colégio terá uma teia virtual, na qual os diários virtuais das diferentes turmas estarão interconectados.  A figura que segue esquematiza melhor o dito.



IIIa- Formatação dos Blogs

   Como o público que o colégio se propõe a trabalhar é de ensino médio, onde a preparação para o vestibular é o objetivo primeiro, é evidente que o blog tenha de ser mais um recurso de estudo para as provas. Contudo, dentro da ferramenta propõe-se a seguinte divisão:


tabela 2

Disciplinas
Janela
Professor Responsável
Alunos Responsáveis
História / Sociologia/ Filosofia
Ciências Humanas


Língua Portuguesa/ Inglês/ Espanhol
Código e Línguas


Química/ Biologia/ Física
Ciências naturais


Matemática/ Raciocínio Lógico
Ciência exata


Religião
Religião







IIIb- Divisão das responsabilidades



   Como adianta a tabela 2, existirão diferentes janelas com sub-assuntos variados. Para otimizar e agilizar as publicações, é necessária a eleição de professores responsáveis para cada janela. A tabela 2 ajuda na compreensão do porquê os professor-titulares. Esses professores:
Ø  Serão responsáveis pelas publicações;
Ø  Organizarão as postagens;
Ø  Motivarão os professores que dividem espaço na janela;
Ø  Movimentarão as turmas para postarem seus trabalhos e comentários;
Ø  Serão aqueles que deverão ser procurados em caso de problemas;
Obs: A cada trimestre, deverá haver a mudança do professor responsável.

    A tabela 2 evidencia a responsabilidade dos alunos. Assim como haverão professores responsáveis pelas janelas, também haverá grupos de alunos, por turma, liderando a página virtual. Esses grupos:
Ø  Motivarão a turma nas postagens;
Ø  Formatarão a páginas do web blog;
Ø  Incentivarão o debate na página virtual;
Ø  Organizarão os assuntos publicados;
Ø  Construirão o cronograma de postagem;
Ø  Divulgarão os comentários, textos, número de visitas contido no blog.

Obs.1: Esses serão trocados trimestralmente, ou seja, a cada conselho de classe.
Obs. 2:Quem publica textos no blog são alunos,somente. Caso o professor queira publicar deverá entregar o material aos alunos.



IIIc- Organização dos responsáveis



   A tabela que segue é o esquema necessário para informar a turma e o colégio das visitas, postagens, assuntos e comentários realizados no blog. Ela deverá ficar sobre responsabilidade do grupo de alunos que estiverem liderando no trimestre, como enunciado acima. Em todos os meses, ela deve ser atualizada e colocada à disposição da turma, dos professores e do colégio.

tabela 3
Números





Mês
Seguidores
Publicações
Comentários
Visitas
Aluno mais atuante
Março





Abril





Maio





Junho





Julho





Agosto





Setembro





Outubro





Novembro






Obs: Os meses não encontrados na tabela servirão para alimentar o blog




   Com o intuito de manter a direção, os professores e os alunos atualizados acerca do que está acontecendo no espaço virtual aberto, os professores e os alunos líderes deverão ficar atentos às publicações mais visitadass e mais comentadas. Esse cuidado ajuda na identificação dos assuntos mais agradáveis, na intercomunicação dos conteúdos e valoriza o trabalho do educador. A tabela abaixo ajuda a analisar, com clareza tais publicações.

tabela 4


Mês
Publicação mais comentada
Professor
Publicação mais visitada
Professor
Março




Abril




Maio




Junho




Julho




Agosto




Setembro




Outubro




Novembro






Obs: Cada turma deverá ter uma tabela dessa.

   Para a orientação pedagógica, a administração, o corpo docente e discente do Instituto obterem uma visão ampla, uma espécie de elenco dos mais visitados e comentados assuntos, segue a tabela 5.  A tabela 5 permitirá avaliar quantitativamente o material da página virtual. Esta tabela ficará sobre responsabilidade do profissional da sala de informática.

Tabela 5

Estudo referente ao primeiro trimestre



                                   
Turma
Visitas
Publicação mais comentada
Professor
Publicação mais visitada
Professor
Comentários
Seguidores
Visitas
1°A








1°B








2°A








2°B








3°A








3°B









Obs: esta tabela deverá ser preenchida trimestralmente para ser apresentada no conselho de classe .




IV- Avaliação



   As tabelas 3,4 e 5 são, estritamente, válidas para uma boa avaliação. Com elas, é possível saber as postagens, quem postou e o nível de interesse dos alunos. Abre a possibilidade de perceber, com os comentários, como está caminhando a aprendizagem do educando.

   O esforço dos alunos precisa ser reconhecido pela instituição escolar. O Instituto Tenente Ferreira trabalha com o esquema de nota trimestral. Por conseguinte, é relevante a atribuição de conceitos quantitativos para os alunos. Segue abaixo o modelo de avaliação atual

Tabela 6
TABELAS DE VALORES DAS AVALIAÇÕES - ITF
1º Trimestre
2º Trimestre
3º Trimestre
18,0
30,0
18,0
30,0
24,0
40,0
Prova
8,0
Prova
8,0
Prova
10,0
Teste
8,0
Teste
8,0
Teste
10,0
Simulado
8,0
Simulado
8,0
Simulado
10,0
Trabalho
3,0
Trabalho
3,0
Trabalho
5,0
Conceito
3,0
Conceito
3,0
Conceito
5,0

















   Com o acréscimo do web blog, a tabela, respeitando todas as avaliações do colégio, bem como as médias  e acrescentado apenas o Web blog , a tabela passa a ser esquematizada da seguinte forma:

Tabela 7


TABELAS DE VALORES DAS AVALIAÇÕES - ITF
1º Trimestre
2º Trimestre
3º Trimestre
18,0
30,0
18,0
30,0
24,0
40,0
Prova
7,0
Prova
7,0
Prova
9,0
Teste
7,0
Teste
7,0
Teste
9,0
Simulado
7,0
Simulado
7,0
Simulado
9,0
Trabalho
3,0
Trabalho
3,0
Trabalho
4,0
Conceito
3,0
Conceito
3,0
Conceito
4,0
















  Da tabela 6 – modelo de avaliação atual do Colégio- para a tabela 7 – novo modelo de avaliação- houve, nos primeiro e segundo trimestres, o decréscimo de um ponto nas provas, testes e simulados. Isto é, de oito passaram a valer sete para que o blog garanta três pontos na nota. No quarto trimestre, as três avaliações também decaem em um ponto, com a diferença que os trabalhos e os simulados perdem, também, um ponto para somarem ao blog, que passará a garantir cinco pontos na média.

  É louvável salientar que a página virtual coloca o aluno em plena atividade de aprendizagem através das pesquisas. Portanto, não são pontos conquistados com facilidade, mas são notas oriundas do esforço próprio. Pontos que apresentam como consequência imediata a plena aprendizagem. Os professores, no curso de capacitação, apresentando no item II, aprenderão a avaliar, de forma justa, o esforço de seus alunos, quando relacionado à avaliação na tecnologia educacional.
Obs: Além desse acréscimo na nota, os blogs mais comentados, produtivos e visitados no semestre ganharão um passeio prêmio.



V- Coordenação geral do projeto


   A contratação de um educador da informática ajudará a atingir os objetivos expostos direta e indiretamente neste projeto. Tal profissional ajudará:
Ø  Os professores e os alunos nas postagens feitas no blog;
Ø  Agilizará as publicações;
Ø  Cobrará dos professores e alunos a atualização da página;
Ø  Fará a interligação dos blogs;
Ø  Coordenará o blog geral do colégio (I.T.F Informa);
Ø  Ficará responsável pela manutenção da sala de informática.

   O coordenador da sala de informática terá, além deste projeto, o plano de ensino dos diferentes professores. Isto tornará seu trabalho empreendedor e eficiente. Com esse documento em mãos, ele conseguirá manter o diário virtual sempre atualizado e poderá cobrar dos seus alunos. Para tanto é necessário que ele se mantenha em pleno diálogo com os outros educadores e participe de todas as reuniões do Colégio.

   Além de todas as atribuições descritas acima, ele terá um tempo de 50 minutos, semanal, por turma, para ajudar os alunos a trabalharem no Web Blog. Nesse tempo, ele ajudará os alunos a conhecerem as fontes confiáveis de pesquisa e como pesquisar na internet. Especificamente, esta aula é para publicarem e comentarem as postagens contidas na página virtual. Sublinhamos que o espaço de informática do Instituto Tenente Ferreira estará sendo mais bem aproveitado.



FORMAÇÃO DO ESTADO E A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

   Esse artigo busca compreender o processo histórico de estruturação e rupturas da filosofia liberal, a formação do Estado e o papel da educação nos diferentes períodos históricos. É importante alertar que a ideia de liberalismo compõe o corpo ideológico da sociedade burguesa que defende a lberdade individual e a propriedade privada. É complicado definir o surgimento dessa filosofia, porém, alguns historiadores dizem que seu nascimento se deu da passagem do feudalismo para o capitalismo. Para esse texto, o liberalismo surgiu de uma nova organização social e estrutura econômica, o ideal liberal, então, é um conjunto de ideias nascida da sociedade moderna. Acreditamos que esse estudo é importante para o entendimento e a fundamentação teórica que formam as propostas de educação. Portanto, analisaremos, nesse primeiro momento, da Alta Idade Média até a Revolução industrial inserindo o pensamento educacional dos distintos períodos históricos relacionando-o com os interesses sociais.

  Feudalismo é o período marcado pela ruralização, por poucos comércios, pelo predomínio no setor econômico da agricultura que são realizadas dentro dos feudos. Marcado pela rotação de cultura, os feudos são espaços de produção agrária liderado por senhores feudais que ou são membros do alto clero ou são guerreiros. Nessa sociedade o trabalho se baseava na servidão; os servos eram subordinados a terra, possuiam a obrigação de impostos e serviços agrários, isto é, deviam obrigações aos senhores que lhes serviam a terra em troca do pagamento de impostos, esses eram oriundos do uso dos equipamentos dos senhores feudais e pela porcentagem da produção obtida na plantação. Ainda nesse período a igreja católica, além de legitimar esse trabalho, possuia grande poder econômico, político e ideológico. Enfim, a sociedade feudal baseava-se na existência de dois grupos: senhores e servos. Essa divisão caracterizava essa sociedade como estamental, pois, as categorias eram claramente definidas com raras mobilidades sociais.

  Nesse período a educação possuia o caráter de disseminação da ideologia do grupo dominante. A Igreja Católica, dona de grandes latifúndios e com grande influência econômica e social, faz valer seus valores e suas ideologias através da educação. Essa instituição passa a educar os dois grupos presentes no feudalismo. Gadotti (2001) diz que a igreja “ao mesmo tempo, dominava a linguagem erudita e sabia comunicar-se com o povo mais humilde. Essa relação contribuiu muito para para o sucesso da igreja”. Para o camponês usava a educação catequética e dogmática, estratégia para mantê-los sobre o seu poder. Ainda segundo Gadotti (2001) a igreja criou uma educação específica para o povo e uma educação específica para o clérigo: humanista e filosófica-teológica.

  A organização social feudal serviu como argumento para a filosofia liberal, isto é, por ter como pressuposto a sociedade feudal a ideologia burguesa ganhou bons argumentos, como veremos adiante. Entre os séculos X e XV, período conhecido como baixa idade média, o feudalismo entra em decadência. A diminuição progressiva das invasões nos feudos originaram um surto demográfico. A imobilidade da sociedade feudal e as limitações de material para a produção não comportavam a crescente população.

“Algumas inovações técnicas aplicadas aos trabalhos agrícolas, ainda sim, foram observadas no período, como a utilização dos arados de ferro no lugar dos de madeira, mais fracos e menos eficientes, e o aperfeiçoamento dos moinhos hidraulicos. Buscou-se expandir as terras cultivadas com o aterramento de pântanos e a derrubada de florestas. A população no entanto, continuava a crescer em ritmo mais acelerado que a produção. ( VICENTINO Cláudio; DORIGO Gianpaolo: 2002: p.127)

  Agravado a isto, o aumento da produção agrícola resultava no aumento de impostos destinado ao senhor feudal. Percebe-se que esse sistema não conseguia mais se sustentar. A marginalização social atingia servos e senhores feudais. Os servos de quantidade grande e de grande quantidade excluídos buscavam sobrevivência em bosques e na ocupação dos centros urbanos abandonados.
A Igreja Católica, com o objetivo de conquistar o território bizantino e monopolizar o comércio no mediterrâneo, começou a organizar expedições militares. Os excluídos da sociedade feudal começaram a compor esse exército. Essas expedições, que os historiadores chamam de cruzada, começaram a contribuír para a dinamização comercial. Paulatinamente as cidades medievais foram se transformando em rotas comerciais. Ao longo dessas rotas os burgos- cidades- foram crescendo.

  A união dos comerciante, nos burgos, resultaram em uma nova classe social: burguesia. Os burgueses, para as transações comerciais, necessitavam de ordem e segurança, nesse momento o rei absolutista foi um grande aliado contra os senhores feudais, pois, com o aumento das cidades tornou-se necessária a unificação monetária, territorial e legislativa. Para a burguesia, que já não aguentava mais as cobranças de impostos dos diferentes feudos, era conveniente um poder centralizado onde esse garantiria a ordem e a segurança. Compactuando com essa ideia os reis europeus se interessaram em manter a centralidade política o que limitaria o poder católico. De um lado a centralização facilitaria a comercialização do buguês e os impostos seriam reduzidos e do outro lado, o rei monopoliza o exercito, a moeda, a cobrança de impostos e as leis. A economia, passou, então, a ser organizada em mercados, deixa de ser auto-suficiente e transforma-se em economia do dinheiro.

  Entretanto, ainda faltava vencer o poder da igreja católica para a livre ação comercial do burguês. Ao contrário dos burgueses que pagavam impostos nos vários feudos, como dito antes, a Igreja Católica recebia tributos feudais, portanto, era conveniente a divisão em feudos para essa instituição. Com a política social do Estado centralizado a Igreja passa a ser questionada a cerca do motivo da arrecadação de impostos, pincípio do declínio religioso católico. Além disso, a expansão burguesa ia de encontro a algumas ideologias cristãs. A Igreja defendia a produção e a comercialização sem direito a lucro, os empréstimos e os lucros eram considerados pecados. Tal fato atenuava o declínio da Igreja. Estopim da reforma protestante.

  “Não encontrando mais na igreja a satisfação de suas necessidades espirituais, os membros da burguesia enfrentavam uma crise de religiosidade” (VICENTINO Cláudio; DORIGO Gianpaolo: 2002: p.204). Somado a esse fato e aos conflitos teológico que a Igreja enfrentava em sua organização interna, João Calvino passou a divulgar suas ideias, fundando assim, uma nova corrente religiosa: Calvinismo. Tal fato fortaleceu o declínio da Católico. As ideias dos calvinistas encontravam-se enquadradas no modelo burguês de pensar.

  Os fundamentos encontravam-se no princípio da predestinação absoluta, segundo o qual todos os homens estavam sujeitos a vontade de Deus, e apenas alguns estariam destinados à salvação eterna. O sinal da graça divina estaria em uma vida plena de virtudes, dentre as quais o trabalho diligente, a sobriedade, a ordem e a parcimônia (contenção de gastos). Dessa forma, a doutrina calvinista exaltava características individuais necessárias às práticas comerciais. Suas ideias, portanto, estavam mais próximas dos valores capitalistas. (VICENTINO Cláudio; DORIGO Gianpaolo: 2002: p.207)

  Entram aqui dois conceitos liberais de importante análise para esse capítulo: liberdade e tolerância. Conceitualmente, liberdade significa “estado ou condição de homem livre, faculdade de cada um decidir ou agir segundo a própria determinação” (AURÉLIO, 2001: p.425). Na visão liberalista, o princípio de liberdade compreende ser livre no pensamento, liberdade de expressão e religião. Assim, são condenados o poderio do senhor feudal e o poderio da igreja católica, condenação que ganha corpo com a vinda do Estado absolutista e a reforma protestante. A tolerância, nesse contexto é explicada através da ideia de liberdade religiosa que, na reforma protestante, o homem é libertado da tradição religiosa cristã, os indivíduos já não estam mais presos aos dogmas católico.

  A partir dos estudos feitos até aqui, Buffa (1986) diz que as transformações sociais são compreendidas por intermédio de uma nova forma de produção que desencadeia em novas formas de relações sociais. Essas transfomações são teorizadas por intelectuais. Esses pensam a construção de novo saber, novos fins, novos métodos, conceitos, categorias, novas religiões. Intelectuais pensam novas formas de produção da vida material que engendram em nova maneira de sociabilidade. Pelo que se leu nesse texto, um novo modelo de organização social nasce. Já não cabe mais justificar o poder pela tese da divindade, da religiosidade e, portanto, da instituição católica.

  Na idade média a produção obedecia caracteristicas manuais, os mestres dominavam todo o processo de produção, a produção era vista como arte e as técnicas eram passadas de pais para filhos. Na modernidade, quando a produção passa a ser manufatureira, o trabalho manual ainda tem grande relevância, porém é alternado com o uso das máquinas, o mestre necessita de mais aprendizes para dar conta da quantidade pretendida, o trabalho passa a ser parcelar auxiliado por ferramentas, o trabalhador é livre e assalariado, existe uma hierarquia, pois, há os que dominam o segredo do ofício e outros que o executam sem habilidade específica.

  Na educação, o homem, através do domínio da natureza, desenvolve técnicas, ates e estudos que se enquadram no período em em que vivem: modernidade. A fé e a razão são separadas, estudos relacionando pensamento e ser são desenvolvidos - “saber é poder, sobretudo poder sobre a natureza” (GADOTTI, 2001: p.78)-. Os educadores passaram a ter que dominar o latim e os vernáculos. Alguns intelectuais como Locke defendiam a aprendizagem de cálculos e de mecância para os homens de fábricas, pois, usariam o aprendido na prática cotidiana do trabalho.

  “O pensamento pedagógico moderno caracteriza-se pelo racionalismo” (GADOTTI, 2001: p.78). Isto é: contra o formalismo humanista, o mundo exterior constroi e domina o mundo interior dos indivíduos, o valor do conhecimento se limitava na preparação para o trabalho, os estudos de biologia, química e física se expandem, porque cresce o interesse pelas ciências. “A educação não era mais considerada um meio para aperfeiçoar o homem. A educação e a ciências eram consideradas um fim em si mesmo”(GADOTTI, 2001: p.78).

  Comênio, pedagogo moderno, propos um sistema de ensino articulado onde reconhecia o dereito de igualdade do saber a todos. “Afirmava que a educação do homem nunca termina porque nós sempre estamos sendo homens e, portanto estamos sempre nos formando” (GADOTTI, 2001: 79). Em 1632, Comênio organiza o saber escolar na formulação da Didática Magna. Buffa (1886) a respeito dessa didática diz:

  “Na sua Didática Magna (1632) mesmo preservando a distinção das classes sociais, propõe para todos- pelo fato de todos serem homens- um mínimo comum e universal de escolarização padronizada e pública com base no experimentalismo científico (BUFFA Ester: 1986: p.19).

  Para entender as propostas educativas de Comênios é necessário partir das categorias: manufatura, divisão parcelar do trabalho e ciências experimental moderna. O homem precisa ser educado para se tornar o homem que vai viver nesse novo modelo de sociedade que implica em mexer em máquinas e otimizar o tempo. Assim, “todos saberão para onde devem dirigir todos os atos e desejos da vida, em que caminhos devem andar, e de que modo cada um deve ocupar o seu lugar”. (COMENIOS apud BUFFA,1986:p. 20)

  A proposta de igualdade educativa se limita aos primeiros anos do processo educativo, ou seja, em certo período haverá uma educação para os bens sucedidos e uma outra educação para o trabalhador da manufatura. Como, então, se dará essa educação dualista? Na organização de Comenios, o sistema educaional será dividido em quatro tipos de escola: escola maternal, vernácula, latina e acadêmica. Porém, somente as duas primeiras escolas estariam destinadas a todos, o restante somente para alguns. Em suma, educação comum a todos até certo ponto.

“O discuso pedagógico burguês é, nessa época, claro: uma educação de base para todos porque há uma igualdade natural entre os homens, educação essa que forma o cidadão. Trata-se de uma educação nivelada, porque o trabalho na manufatura foi nivelado. Como se viu, a nova ordem econômica da manufatura não exige o trabalhador qualificado, mas, sim o trabalhador disciplinado, disposto ao trabalho diligente e à frugalidade” (BUFFA Ester: 1986: p.22)

  Até aqui o Estado é centralizado, o rei é absolutista, intervém na vida economica e social do Estado. No século XVI, primeira fase do capitalismo comercial, o apoio do rei foi importante para a manutenção da ordem- legislação unificada-, segurança e unificação política e econômica do Estado. Sublinha-se o apoio e o interesse burguês para esses fatos. Entretanto, no século XVII o absolutismo será extremamente criticado devido a intervenção na economia. A burguesia, que tanto apoio a construção do Estado absolutsita, objetivava, agora, limitar o poder monárquico através do palarmento. A razão e a ciências, segundo argumento burguês, é o que deveriam resolver os problemas sociais e não a rígida vontade do rei.

  A Inglaterra foi a primeira a romper com o absolutismo. O país fora unificado, a nobreza dominada pelo monarca, o poder do papa diminuído, criou-se uma igreja nacional inglesa, os latifundios pertecentes a Igreja Católico foram confiscados, passaram a buscar colonias fora dos territórios ingleses disputando-as com os espanhois. Situação que agradava a burguesia, mas encontrou barreira na expanção mercantil. As corporações de ofícios, compravam os monopólios sobre os comércios exteriores- sal, sabão, alúmem, cerveja- o que beneficiava um pequeno grupo, a burguesia financeira. Nesse período a matéria-prima e o consumo dos alimentos subiram, o que levou a uma alta de preços e, como consequência, a valorização da terra. Os produtores rurais, ambiciosos, tentavam cercar suas propriedades para aumentá-las e ter como resultado, acréscimo na produção. O Estado, tentando preservar o equilíbrio social, barrou a atividade de cercar as terras. Em resultado, colocou contra si dois setores: burguesia mercantil e a nobresa rural.

  Dessa situação econômica e somado aos condicionamentos políticos o resultado foi a luta entre burguesia e realeza pelo controle político do país. A vitória desse embate foi do projeto buguês, ou seja, o poder do rei passou a ser limitado pelo palarmento. Abre-se com isso condições para o avanço econômico.

  150 anos depois da Revolução inglesa, a França faz sua revolução. Com essa o pensamento liberal no século XVIII ganha visibilidade. Era necessário eliminar os entravas da estrutura tradicional de propriedade e direitos feudais apoiados no antigo regime, eliminar o poder do rei que ainda era justificado pela teoria da divindade, resolver a crise financeira provocado pelos gastos com luxo da corte e os enormes custeios de guerras enquanto a população passava fome devido seu crescimento populacional e acabar com o acordo entre França e Inglaterra que prejudicava a indústria manufatureira francesa. Para a resolução desses problemas torna-se necessário acabar com o Estado moderno absolutista.

  Diante de tais dificuldades econômicas, sociais e políticas, os comerciantes, industriais e artesãos assumiram a insatisfação do período e ficaram a frente dos grupos sociais insatisfeitos o que possibilitou a derrubada das estruturas políticas do período. Os burgueses olhavam o clima de insatisfação como a oportunidade de concretizar seu plano para o Estado. Sublinha-se que os burgueses estavam insatisfeitos também devido os tributos fiscais e comerciais, impostos pelo Estado com a finalidade de buscar salvar a receita orçamentária o que prejudica os negócios burgueses.

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